Não é todo dia que é possível ver em um filme milhares de personagens, sem que estes sejam repetitivos ou evidentes cópias digitais.
Se formos transformar em números Bem-Hur é: 100.000 figurinos. 8.000 extras, 300 sets de filmagem e 11 Oscars ( a mesma quantidade que Titanic e Retorno do Rei).
Considerado o maior épico Bíblico de todos os tempos, a película tem como estrela principal nada menos que Charlton Heston, que traz uma presença física e moral irrepreensível na pele de Judah Ben-Hur, um judeu de família nobre na Palestina.
O filme, máximo expoente de um cinema artesanal já extinto, rendeu um Oscar de melhor ator a Heston e de ator coadjuvante a Hugh Griffith, além de ter recebido o prêmio pelas categorias de melhor filme, melhor diretor, melhor direção artística a cores, melhor fotografia, melhor figurino a cores, melhores efeitos especiais, melhor montagem, melhor trilha sonora e melhor som.
Também foi o primeiro remake de um filme que manteve, ou melhor, melhorou muito uma produção (existem dois outros Ben-Hur, ambos mudos: um curta de 15 minutos de duração filmado em 1907 e outra versão de 1925, dirigida por Fred Niblo – a ganhar a estatueta dourada de melhor filme).
Os 212 minutos do filme foram gravados em sua maioria, durante nove meses, nos estúdios Cinecittà, em Roma, e uma das cenas mais famosas da história do cinema – a corrida de bigas que provoca a derrota de Messala, amigo de infância de Judah Ben-Hur – foi filmada em três meses. Esta cena foi muito copiada e satirizada ( cena que uma lâmina na roda da biga tenta destruir a roda do adversário), até no pica-pau (desenho) teve esta cena.
O sucesso do filme salvou da quebra os estúdios da Metro-Goldwyn-Mayer, que arriscaram a investir na produção um valor recorde na época – de US$ 15 milhões -, que terminou por faturar cinco vezes esse total, e muito mais até hoje.
A trilha sonora foi composta pelo húngaro Miklos Rozsa e a fotografia de Robert Surtees fizeram o resto,
Hoje em dia, parece impossível imaginar outro ator com o rosto de Ben-Hur, mas a MGM ofereceu o papel a Paul Newman, Burt Lancaster e Rock Hudson.
Todos rejeitaram a oferta. Newman porque não conseguia se imaginar em uma túnica, Lancaster porque era ateu e não queria ajudar a promover a Cristandade, e Hudson quase aceitou, até que seu agente chamou sua atenção ao subtexto homossexual na relação entre Ben-Hur e Messala, o que poderia pôr sua carreira em risco. E pode ter certeza que se arrependeram muito, mas muito mesmo.
O leitor se pergunta, “mas o filme é muito antigo”, sim antigo, porém imperdível, imagina se hoje em dia, se poderia reunir esse números de pessoas? Seria impossível e inviável.
Concluindo, assista a película, não por ser modinha de 50 anos de produção, mas sim para aumentar seu acervo e conhecimento cinéfilo, pois a experiência vale a pena, se não achar nas locadoras, com certeza acha nessas lojas populares por um preço menos que uns 15 reais.
Curiosidades:
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– Gore Vidal declarou certa vez que o roteiro original previa um relacionamento homossexual entre Ben-Hur e Messala. Como o diretor Wyler sabia que Heston nunca aceitaria interpretar um personagem assim, Vidal sugeriu contar apenas a Stephen Boyd (Messala) sobre esse relacionamento — o que pode ser notado nas interpretações de Ben-Hur e Messala.
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– A MGM queria que um autêntico barco romano fosse utilizado nas cenas de batalha. Para tanto, contratou um engenheiro que se dedicava à arquitetura romana. Quando ele apresentou o design do barco aos engenheiros da MGM, estes disseram que o barco afundaria, pois era muito pesado. Ainda assim o barco foi construído e, ao ser colocado no oceano, inicialmente flutuou. Porém uma pequena onda foi suficiente para afundar a embarcação. Por causa disso, as cenas foram rodadas em um gigantesco tanque, com cabos prendendo o barco ao tanque.
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– Após a construção do tanque, era preciso dar à água (que estava marrom-escura) o tom azul-mediterrâneo necessário para que as cenas parecessem reais. Foi utilizado um composto químico que realmente azulou a água, mas também formou sobre ela uma crosta, que precisou ser toda retirada do tanque por operários da MGM.
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– Durante as filmagens no tanque, um dos figurantes caiu na água e lá ficou por muito tempo. Ao sair, ele estava totalmente azul, e teve seu salário pago pela MGM até sua pele voltar ao normal.
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– Só a construção da arena para a corrida de quadrigas (na Cinecittà, em Roma) custou um milhão de dólares. Nessa seqüência – dirigida em 94 dias por Andrew Marton, Mario Soldati e Yakima Canutt, especialista em cenas de perigo –, utilizaram-se cinco câmeras, oito mil figurantes e 76 cavalos.
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– Para a entrada dos corredores, o diretor de fotografia Robert Surtees usou uma grua de mais de trinta metros de altura: o espectador vê as quadrigas desfilando na pista como se sobrevoasse a arena. O efeito é realçado pela utilização do processo cinematográfico Camera 65, um aperfeiçoamento do CinemaScope.
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– Apesar de na Itália haver cavalos brancos, os quatro que foram utilizados nas filmagens vieram da Tchecoslováquia, trazidos na primeira classe de um avião fretado e que teve seus assentos retirados.
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– O estádio confeccionado para Ben-Hur seguiu detalhes do que fora utilizado na versão de 1926.
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– Após as filmagens, os cenários de Ben-Hur foram todos destruídos por ordem de Sam Zimbalist, que temia que eles fossem utilizados em produções italianas menores.
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– Miklós Rózsa compôs a trilha sonora de Ben-Hur em oito semanas.
Tags: Ben-Hur, Charlton Heston, Cinecittà
novembro 18, 2009 às 5:37 pm |
Esse é o maior filme epico para muitos!
dezembro 1, 2009 às 2:49 am |
Olá,
Um filme a ver de vez em quando, pois é um grande clássico.
dezembro 1, 2009 às 2:07 pm |
FILME MUITO %#@%$# !!!
UM DOS MELHORES DO MUNDO …
dezembro 1, 2009 às 5:56 pm |
ja vi este filme na globo de madrugada
foi o unico que valeu apena ver 2 vezes
e otimo mesmo